Casais dormem até o meio-dia
depois da madrugada acesa.
A folha da árvore que não sei
o nome flutua sobre a praça XV
sem tocar a perna de ninguém.
Porteiros de prédios vizinhos
conversam aos gritos nos portões,
mas ninguém os ouve.
Os pássaros cantam espaçados.
Cães dormem enrolados.
O mendigo da Visconde de Inhaúma
traga o meio-cigarro que encontrou
ontem.
Berra pela rua o motor do circular
com motorista, cobrador,
senhor e senhora dentro.
Nos hospitais, os doentes respiram
lentamente e continuam a morrer.
lentamente e continuam a morrer.
Maria Eugênia decide abandonar
a TV e assar um bolo de fubá.
Tobias interrompe um pensamento
para se lembrar de como é engraçado seu nome.
Carolina de repente abre os olhos e
agradece por ser ainda 8:33.
A moça do braço malhado
caminha à academia aberta até o
meio-dia.
Chama a atenção do dono da banca
de jornal, que resolveu ele mesmo
abrir as portas para não
abrir as portas para não
arcar com 100% de hora extra.
O garoto desperta na cama dos pais
e cai em angústia
quando se lembra dos 7 gols da
Alemanha.
Minha avó espia a rua arcada
no gradil da sacada.
Um fantasma passa e ela não repara.
Um barulho de helicóptero
abafa o som de uma trepada.
Minhocas cavucam a terra do quintal
e as galinhas escolhem as mais gordas
para comer.
De repente, cheiro de incenso.
Na padaria, a freguesa bonita
pede para funcionária estranha
fatiar bem fino o presunto
e segura o pum para continuar bonita.
Céu com nuvens
feito ruas com trânsito.
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