Nasci no mato
e no mato fui criado.
Meu olho tudo vê,
meu ouvido tudo ouve,
minha mente em tudo crê.
No silêncio me maltrato.
Peço à vida que me atravesse.
Sou de pedra feita d'água.
Limão azedo que amadurece.
Gentil saída do teu agrado.
Fim de semana com chuva e prece.
Meu sonho é simples,
minha vida é curta:
um beijo de tua boca,
arrepios de tua nuca.
Pra depois fica o resto,
o que não sabemos,
o corte do fio,
o fim do pavio,
o indigesto gesto.
Sou lanterna abandonada
por quem fugiu não se sabe de quê,
acesa no meio do pasto,
onde nasci e vou morrer.
quarta-feira, dezembro 09, 2015
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