sexta-feira, setembro 26, 2014

Praça de alimentação

Luz branca
paralisa o tempo.
Letreiros em amarelo
e vermelho.
Mesas parafusadas
ao chão.
Atendentes descontentes.
Estudantes a flanar.
Vó segura neto sorridente
enquanto mãe busca um sorvete.
Observadores e observados.
Espelhos nos pilares.
Negros vestindo preto
fazem faxina.
Mãe volta, pega criança,
bebê começa a chorar.
Senha apita e ilumina
os números em vermelho.
Condicionados
atrás de alimento.
Cuidado, chão escorregadio.
Passa um skatista com os dois
braços enfaixados.
Conversas, conversas, conversas.
Cheiro de produto químico
-- mais intenso que de comida.
Blá blá blá entope os ouvidos.

segunda-feira, setembro 15, 2014

Jugular

Quem vê cara
não vê coração.

Mas, pouco abaixo,
quem vê pescoço
-- enxerga, sim, a pulsação.