Nas aventuras de David Luiz depois do hexa que não veio,
a manteiga ainda foi
a manteiga ainda foi
o lado escolhido pelo pão
para cair no chão.
Nas aventuras de David Luiz depois
do hexa que não veio,
o sangue continua vermelho
a escorrer em rios
pelo solo brasileiro.
Nas aventuras de David Luiz
depois
do hexa que não veio,
o peixe-boi, o boto,
o dente do elefante
e a linha do horizonte
ainda valem um bom dinheiro.
Nas aventuras
de David Luiz
depois
do hexa
que não veio,
as dentaduras
das senhoras maduras
de tão gastas
já não mordem
a contento.
Sobraram comidas nos pratos,
que pararam nos lixos
durante todas
as aventuras
de David Luiz
depois do hexa que não veio.
A guerra continua
para todo guerreiro.
O metrô se arrasta
de tão pesado
espremendo os passageiros.
As árvores crescem tortas
em meio aos fios de eletricidade.
As múmias seguem mortas
dentro dos sarcófagos do Egito:
as almas aprisionadas nas pirâmides; embrulhadas
em ataduras, as carnes
eternamente afastadas
dos vermes.
Nas aventuras
do zagueiro
depois do título
que escapuliu
meu nome é Schweinsteiger,
o último que riu.
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