Somos quatro. Todos silenciosos, concentrados.
As cortinas estão fechadas. A luz, lá fora, é forte.
As paredes são brancas, um ou dois cartazes.
O carpete escuro está soltando-se do piso.
As janelas têm grades azuis e os vitrôs estão cerrados.
Engraçado que não esteja quente.
terça-feira, dezembro 13, 2005
segunda-feira, dezembro 12, 2005
Sono em alto-relevo
Sono...
Desabou na cama. Não se deu ao trabalho ao menos de pegar o travesseiro. Deitou-se como chegou, de roupa e tudo, em cima da colcha posta. Nem os sapatos tirou.
Não dormiu feito pedra. Sonhou - paradoxo! - que era uma borboleta. Voava, leve, pelos campos iluminados, por entre as flores amarelas, sentindo o ar repartir-se em dois a cada vai e vem de suas asas.
Aliás, que belo par! Multicoloridas, como vitrais de uma catedral antiga. Provocava inveja nas moscas, abelhas e grilos. Era a rainha da pradaria, a pequena que irradiava quando sacolejava as tintas de suas asas.
Tanta festa chamou a atenção de um caçador, que a perseguiu por três tardes. No fim da última, apanhou-a, trancou-a em um pote e voltou para a cidade.
Lá, vendeu a borboleta para um colecionador de insetos, que a matou e a espetou num mostruário.
A beleza que ela tinha havia toda se perdido. E o sono que ele tinha foi todo para o espaço. Acordou muito assustado.
Desabou na cama. Não se deu ao trabalho ao menos de pegar o travesseiro. Deitou-se como chegou, de roupa e tudo, em cima da colcha posta. Nem os sapatos tirou.
Não dormiu feito pedra. Sonhou - paradoxo! - que era uma borboleta. Voava, leve, pelos campos iluminados, por entre as flores amarelas, sentindo o ar repartir-se em dois a cada vai e vem de suas asas.
Aliás, que belo par! Multicoloridas, como vitrais de uma catedral antiga. Provocava inveja nas moscas, abelhas e grilos. Era a rainha da pradaria, a pequena que irradiava quando sacolejava as tintas de suas asas.
Tanta festa chamou a atenção de um caçador, que a perseguiu por três tardes. No fim da última, apanhou-a, trancou-a em um pote e voltou para a cidade.
Lá, vendeu a borboleta para um colecionador de insetos, que a matou e a espetou num mostruário.
A beleza que ela tinha havia toda se perdido. E o sono que ele tinha foi todo para o espaço. Acordou muito assustado.
quinta-feira, dezembro 08, 2005
terça-feira, dezembro 06, 2005
Diáspora
Houve um tempo em que as abelhas eram os seres mais inteligentes. Dominavam o mundo e não tinha para mais ninguém.
Um dia, em meio a tantas, nasceu uma sábia. Num sonho, ela previu a destruição de sua espécie: as abelhas iriam se multiplicar de tal forma descontrolada, que todo planeta Terra tornar-se-ia uma colméia gigantesca.
A sábia descreveu seu sonho na Assembléia Mundial. Atônitas, as outras abelhas decidiram que era tempo de desagregar. Assim, cada uma delas voou para bem longe - e nunca mais vieram a se encontrar.
É por isso que, hoje, existem colméias em todos os quatro cantos do mundo. Colméias pequena.
Um dia, em meio a tantas, nasceu uma sábia. Num sonho, ela previu a destruição de sua espécie: as abelhas iriam se multiplicar de tal forma descontrolada, que todo planeta Terra tornar-se-ia uma colméia gigantesca.
A sábia descreveu seu sonho na Assembléia Mundial. Atônitas, as outras abelhas decidiram que era tempo de desagregar. Assim, cada uma delas voou para bem longe - e nunca mais vieram a se encontrar.
É por isso que, hoje, existem colméias em todos os quatro cantos do mundo. Colméias pequena.
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