terça-feira, setembro 10, 2024

Grosso mato austral

Solavancos e solavancos precipitam o ser
no chão duro da realidade.
Construções abandonadas, carcaças abertas,
esqueletos ao céu.
Os urubus as rodeiam e o carro velho passa,
deixando tudo vagarosamente para trás.
Fumaça contaminada de gasolina mal queimada.
Linha reta de asfalto atravessando todo o chapadão.
Nuvens recolhidas nas cavernas.
Anjos com sede. Bois deitados sem mastigar nada.
A poeira sobe  é a maior entidade da Natureza.
Sobe e para em abóbada, como um imenso
campo de força.
Que nos assa ao tentar nos velar do sol.

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