quarta-feira, novembro 01, 2023

Imóvel contínuo

O que passou, pode passar mais uma vez.
Você é o mesmo que fora antes.
A água que corre pelas terras
é a mesma que já a espera no mar.

A flecha que se atira, se atira novamente, por que não?
A palavra dita é desdita quase sempre.
O que foi, volta e vai-se embora o quanto queira.
O mundo gira feito um pião 
sobre um bambolê que dança na cintura dura do nada.

Bis, replay, déjà vu.

Meu coração se atira em direção ao seu
e volta com um pedaço de você para mim.
Eu sigo sendo eu, somado ao seu.
Você segue sendo você, tirando o para mim.
Atire agora o bumerangue e colha 
sua parcela móvel desta estátua sem fim.

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