CÁ EU ESTOU
Cá eu estou,
nove da noite,
no alto do edifício.
Venta, relampeja.
A moça do prédio em frente
deixa-me a suspirar e entra.
Vem agora seu marido,
gordo, sem camisa,
palitando os dentes.
Olho pra baixo,
passeia o porteiro.
Sinto vontade de cuspir,
saliva grossa, sabor sardinha,
estalando em sua cabeça.
Fecho a janela,
Vou-me deitar.
Sei que é cedo,
não tenho sono.
Acostumei-me, apenas,
a fazer e aceitar
o que não quero.
segunda-feira, janeiro 04, 2010
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