Papai Noel se atrasou.
Virou errado em uma curva,
foi parar em Palembang,
onde ninguém gosta muito
do Papai Noel.
Por isso,
Papai Noel fez questão
de recompensar no presente
e ao invés de uma
me deu duas
dançarinas elétricas.
Uma era morena,
a outra também
- mas eu pintei de loiro
pra ficar legal.
E assim fundei o grupo
Axé Natal
- sucesso nas paradas da Groenlândia,
terra de gente generosa
e cintura dura.
PS: o sono cria estas coisas ruins, mas que mesmo assim a gente gosta e toma coragem de publicar!
domingo, dezembro 26, 2010
segunda-feira, dezembro 20, 2010
Dirty Harry
Ia para casa, quando ouviu pagode ordinário vindo de um bar.
- Música de gente inferior, pensou simplesmente. E sacou um três-oitão da cintura.
Bum! Bum! Bum! Bum! E...
Quando faria o último disparo, um tiro certeiro atravessou sua cabeça.
É o troco de um dos pagodeiros, pensou antes de morrer.
Não.
De pé, em sua frente, estava um homem com cara de mal.
- Arma de gente inferior, disso o sujeito, com uma Magnum 44 na mão.
- Música de gente inferior, pensou simplesmente. E sacou um três-oitão da cintura.
Bum! Bum! Bum! Bum! E...
Quando faria o último disparo, um tiro certeiro atravessou sua cabeça.
É o troco de um dos pagodeiros, pensou antes de morrer.
Não.
De pé, em sua frente, estava um homem com cara de mal.
- Arma de gente inferior, disso o sujeito, com uma Magnum 44 na mão.
Sexo seguro
Caralho e buceta
frequentavam a mesma boca.
A boca de João
- máquina de soltar palavrão.
frequentavam a mesma boca.
A boca de João
- máquina de soltar palavrão.
segunda-feira, novembro 22, 2010
Abandonado
O cão carente
late de saudade.
O dono distante
foge da responsabilidade.
E a vizinhança paciente
perde a sanidade!!!
PS: ao meu ex-vizinho, que mudou de casa e deixou o cachorro sozinho na antiga... e que agora late no meu ouvido às 2 e 37 da manhã!!!
late de saudade.
O dono distante
foge da responsabilidade.
E a vizinhança paciente
perde a sanidade!!!
PS: ao meu ex-vizinho, que mudou de casa e deixou o cachorro sozinho na antiga... e que agora late no meu ouvido às 2 e 37 da manhã!!!
domingo, novembro 21, 2010
sábado, novembro 20, 2010
Ronaldo sumiu!
Quando Ronaldo voltou
e marcou o primeiro gol,
subiu no alambrado
e o derrubou. BUM!
Apesar do preju,
o prefeito aprovou!
Afinal, mano brow...
O mundo todo viu!
(literalmente!)
Prudente generosa
retribuiu o presente.
E Ronaldo gostou
do que viu pela frente:
- uma placa!
Que bela obra!
Réplica perfeita!
Reproduzia o alambrado
e a escalada do Ronaldo!
- Em 3-D!
O tempo passou,
o Grêmio Prudente rebaixou,
Ronaldo não voltou
e um pedaço da placa... sumiu!
Ninguém sabe, ninguém viu.
Mas, tão dizendo no pais inteiro
que quem pegou
o boneco do Ronaldo
foi alguém do Cruzeiro!
- pra fazer VODU!!!
*** baseado na matéria que mais gostei de fazer esta semana, sobre o sumiço do boneco do Ronaldo da placa no Prudentão que homenageia o primeiro gol dele no retorno ao Brasil ***
e marcou o primeiro gol,
subiu no alambrado
e o derrubou. BUM!
Apesar do preju,
o prefeito aprovou!
Afinal, mano brow...
O mundo todo viu!
(literalmente!)
Prudente generosa
retribuiu o presente.
E Ronaldo gostou
do que viu pela frente:
- uma placa!
Que bela obra!
Réplica perfeita!
Reproduzia o alambrado
e a escalada do Ronaldo!
- Em 3-D!
O tempo passou,
o Grêmio Prudente rebaixou,
Ronaldo não voltou
e um pedaço da placa... sumiu!
Ninguém sabe, ninguém viu.
Mas, tão dizendo no pais inteiro
que quem pegou
o boneco do Ronaldo
foi alguém do Cruzeiro!
- pra fazer VODU!!!
*** baseado na matéria que mais gostei de fazer esta semana, sobre o sumiço do boneco do Ronaldo da placa no Prudentão que homenageia o primeiro gol dele no retorno ao Brasil ***
quinta-feira, novembro 11, 2010
Banda colorida
Pelu
Koba
Thomas
Pe Lanza.
Juntos eles formam...
- OS POWER RANGERS!!!
O mundo está morfando,
e esqueceu de me avisar.
Koba
Thomas
Pe Lanza.
Juntos eles formam...
- OS POWER RANGERS!!!
O mundo está morfando,
e esqueceu de me avisar.
terça-feira, novembro 09, 2010
Pulítica
A Dilma ganhou
o Lula gostou
e a vida segue em frente!
O Geraldo voltou
o Aécio continuou
- e ao Serra
sobrou o twitter!
Serra serra serra dô
serra o papo do vovô!
O vovô esclerosou
- e... virou o Plínio!
43: Marina Silva
34: Silva Marina?
44: Marina Marina
33: PMN
(Partido da Marina Neutra).
Comunistas, como o Netinho!
Realistas, como o Levy!
Articulados, como a Weslian!
Intelectualizados, como o Tiririca!
Neste rio de curvas mil
Deus, salve o Brasil!
o Lula gostou
e a vida segue em frente!
O Geraldo voltou
o Aécio continuou
- e ao Serra
sobrou o twitter!
Serra serra serra dô
serra o papo do vovô!
O vovô esclerosou
- e... virou o Plínio!
43: Marina Silva
34: Silva Marina?
44: Marina Marina
33: PMN
(Partido da Marina Neutra).
Comunistas, como o Netinho!
Realistas, como o Levy!
Articulados, como a Weslian!
Intelectualizados, como o Tiririca!
Neste rio de curvas mil
Deus, salve o Brasil!
quarta-feira, outubro 27, 2010
sexta-feira, outubro 15, 2010
Mineiros chilenos
Sai um,
sai outro,
saem os 33.
O buraco está vazio,
os corações estão cheios.
- Chi chi chi
le le le!
Festa,
mas sem rojão:
para não haver
barulho de explosão.
Na morte
definitiva
- que agora passou perto -
creio que
os mineiros chilenos,
todos os 33,
escolherão ser cremados.
- Para baixo da terra nunca mais!
sai outro,
saem os 33.
O buraco está vazio,
os corações estão cheios.
- Chi chi chi
le le le!
Festa,
mas sem rojão:
para não haver
barulho de explosão.
Na morte
definitiva
- que agora passou perto -
creio que
os mineiros chilenos,
todos os 33,
escolherão ser cremados.
- Para baixo da terra nunca mais!
terça-feira, julho 27, 2010
Hotel Transamérica
Abro a cortina
vejo a piscina
e a água parece fria.
Noto a favela
fecho a janela
e ligo o ar condicionado.
Ponho o pijama
deito na cama
e acordo ao meio-dia.
Encho a banheira
fico de bobeira
e saio todo enrrugado.
Peço o almoço
devoro até o osso
e aceito a confeitaria.
Volto ao apê
ligo a TV
e - glória a Deus! - ainda estou cansado!
vejo a piscina
e a água parece fria.
Noto a favela
fecho a janela
e ligo o ar condicionado.
Ponho o pijama
deito na cama
e acordo ao meio-dia.
Encho a banheira
fico de bobeira
e saio todo enrrugado.
Peço o almoço
devoro até o osso
e aceito a confeitaria.
Volto ao apê
ligo a TV
e - glória a Deus! - ainda estou cansado!
sexta-feira, maio 28, 2010
cirurgia
reto sem excesso a lâmina afiada
adeus gordura adeus texturas já vão tarde
mente limpa corpo limpo espírito-além
fecham os olhos abrem os olhos e nada muda amém
adeus gordura adeus texturas já vão tarde
mente limpa corpo limpo espírito-além
fecham os olhos abrem os olhos e nada muda amém
quinta-feira, abril 15, 2010
Fluir
A onda balança o bote
e o bote sobe e desce
de acordo com seu balançar.
A onda grande encobre o bote
e o bote afunda nas profundezas do mar.
O mar sem fim enfim descobre
qual tamanho de seu fundo
quando o bote naufragado
toca de vez o chão do mundo.
e o bote sobe e desce
de acordo com seu balançar.
A onda grande encobre o bote
e o bote afunda nas profundezas do mar.
O mar sem fim enfim descobre
qual tamanho de seu fundo
quando o bote naufragado
toca de vez o chão do mundo.
quinta-feira, abril 01, 2010
Meta do dia
A proposta é correr até onde o cansaço permitir. A ideia é ir em estrada de terra, pois dificulta e é mais vazio. O objetivo é fortalecer o corpo e o espírito - chegar onde se pensava impossível. Então parar, respirar fundo e admirar cada centímetro da paisagem. Consegui!
O foda é depois ter que voltar!
O foda é depois ter que voltar!
quarta-feira, março 17, 2010
Rotina
Fecha os olhos e ouve o zumbido. Quem te chamas?
Respira suave e incha os pulmões. Teu sangue muda a cor e espalha-se por tuas veias. Volta sujo e sai de volta, dissolvendo-se na atmosfera do mundo.
Fecha a boca enquanto falas. Enquanto falas contigo mesmo. O que te respondes?
Relaxa os músculos dos pés à cabeça. Tira o peso do chão, livra o crânio dos céus. Dança deitado sobre tua noiva. Queres o fim do mundo dentro de um segundo. O universo imenso dentro da microscópica célula que vence. E te transmuta em outro.
Abre o peito e fecha o corpo. A noite densa é origem da manhã imensa. Brilha o sol e esconde as estrelas. Salta a vida do galho das árvores. Entra a vida pelas folhas dos galhos. O galo canta e tu, inerte, espanta-te...
Bom fim é o recomeço!
Respira suave e incha os pulmões. Teu sangue muda a cor e espalha-se por tuas veias. Volta sujo e sai de volta, dissolvendo-se na atmosfera do mundo.
Fecha a boca enquanto falas. Enquanto falas contigo mesmo. O que te respondes?
Relaxa os músculos dos pés à cabeça. Tira o peso do chão, livra o crânio dos céus. Dança deitado sobre tua noiva. Queres o fim do mundo dentro de um segundo. O universo imenso dentro da microscópica célula que vence. E te transmuta em outro.
Abre o peito e fecha o corpo. A noite densa é origem da manhã imensa. Brilha o sol e esconde as estrelas. Salta a vida do galho das árvores. Entra a vida pelas folhas dos galhos. O galo canta e tu, inerte, espanta-te...
Bom fim é o recomeço!
domingo, fevereiro 07, 2010
Fundo do baú 19
E um dos preferidos de todos os tempos:
CABELEIRA IMPOSSÍVEL
Não é minha boca que fala por mim.
São minhas entranhas
que se torcem
e cospem estas palavras
estranhas.
Se tropeço no caminho
não é meu dedo que se arrebenta,
não é minha unha que roxeia.
Da virilha ao mal de Aquiles,
é toda perna que apodrece.
Quando penso, não é
a cabeça que me dói.
É o estômago,
que se retrai, escurece
e implode, chupando
todo o resto para si.
Quando beijo, não são
meus lábios inchados,
nem minha língua vermelha
ou meu gosto indiscreto
que você sente.
É o meu peito,
que estoura e ejeta
para todos os vasos,
o mais bem guardado sangue.
Minhas costas doem,
mas não são elas.
São os cabos de aço, presos
nos discos da coluna.
As outras pontas,
eu não as vejo.
Eles saem e sobem e se
perdem lá em cima,
trançando com outros
cabos uma cabeleira impossível
- que sustenta bilhões
de corpos
tão pesados, tão rígidos,
tão tortos e pequenos
como o meu.
CABELEIRA IMPOSSÍVEL
Não é minha boca que fala por mim.
São minhas entranhas
que se torcem
e cospem estas palavras
estranhas.
Se tropeço no caminho
não é meu dedo que se arrebenta,
não é minha unha que roxeia.
Da virilha ao mal de Aquiles,
é toda perna que apodrece.
Quando penso, não é
a cabeça que me dói.
É o estômago,
que se retrai, escurece
e implode, chupando
todo o resto para si.
Quando beijo, não são
meus lábios inchados,
nem minha língua vermelha
ou meu gosto indiscreto
que você sente.
É o meu peito,
que estoura e ejeta
para todos os vasos,
o mais bem guardado sangue.
Minhas costas doem,
mas não são elas.
São os cabos de aço, presos
nos discos da coluna.
As outras pontas,
eu não as vejo.
Eles saem e sobem e se
perdem lá em cima,
trançando com outros
cabos uma cabeleira impossível
- que sustenta bilhões
de corpos
tão pesados, tão rígidos,
tão tortos e pequenos
como o meu.
Fundo do baú 18
FIM
Com os olhos em lágrimas
ela foi-se embora.
Lá vivera amores
e dores.
Sofrera por tapas e flores.
Em perfumes e vinhos
entorpecia-se.
Com carícias e versos
encantava-se.
Milhares de beijos,
milhares de abraços...
Quando nem os desagrados
aflingiam-na.
Contudo, tudo tornou-se velho.
As cores, aos poucos, desbotaram.
Lustres e vitrôs quebraram.
E os cupins, gordos, engordaram.
Onde se dançava sobrou o vento.
A música dos instrumentos
agora é resto de memória...
E os olhos que as olhavam
já alimentam os vermes.
Os sorrisos e beijos e braços...
Onde se fodia
não se fode mais.
Onde ela era rainha,
ninguém se lembra.
Com os olhos em lágrimas
ela foi-se embora.
Lá vivera amores
e dores.
Sofrera por tapas e flores.
Em perfumes e vinhos
entorpecia-se.
Com carícias e versos
encantava-se.
Milhares de beijos,
milhares de abraços...
Quando nem os desagrados
aflingiam-na.
Contudo, tudo tornou-se velho.
As cores, aos poucos, desbotaram.
Lustres e vitrôs quebraram.
E os cupins, gordos, engordaram.
Onde se dançava sobrou o vento.
A música dos instrumentos
agora é resto de memória...
E os olhos que as olhavam
já alimentam os vermes.
Os sorrisos e beijos e braços...
Onde se fodia
não se fode mais.
Onde ela era rainha,
ninguém se lembra.
Fundo do baú 17
???
Parados na esquina
conversavam, aos risos,
dois filhos da burguesia,
ferindo a noite muda.
Eis que se aproxima,
vindo não se sabe donde,
o velho guarda noturno...
Dá-lhes boa noite,
recebe-lha de volta.
Tratam-se de velhos conhecidos,
meninos ali da rua.
Frio, bastante frio...
Calma, bastante calma...
Conversa vai, conversa volta
e a incrementar
o que contava, mostra-lhes,
o guardinha, seu grande segredo:
uma arma!
De súbito, puxa-a para si
um dos rapazes...
Um para o guardinha,
um para o amigo,
outro pra cabeça.
Caem os três mortos,
acordando a vizinhança,
manchando a calçada
e encerrando nossa história.
Hehehe!
Parados na esquina
conversavam, aos risos,
dois filhos da burguesia,
ferindo a noite muda.
Eis que se aproxima,
vindo não se sabe donde,
o velho guarda noturno...
Dá-lhes boa noite,
recebe-lha de volta.
Tratam-se de velhos conhecidos,
meninos ali da rua.
Frio, bastante frio...
Calma, bastante calma...
Conversa vai, conversa volta
e a incrementar
o que contava, mostra-lhes,
o guardinha, seu grande segredo:
uma arma!
De súbito, puxa-a para si
um dos rapazes...
Um para o guardinha,
um para o amigo,
outro pra cabeça.
Caem os três mortos,
acordando a vizinhança,
manchando a calçada
e encerrando nossa história.
Hehehe!
Fundo do baú 16
POEMA BOBO (PARA SER ESQUECIDO)
No banho surgem-me poemas
Gota a gota
Verso a verso
Enxugo-me
Somem todos
Novo banho
Novas gotas
Novos versos
Enxugo-me
Somem todos
Não adianta
Os versos de um banho não são
Versos de poema
Surgem
Para serem esquecidos
No banho surgem-me poemas
Gota a gota
Verso a verso
Enxugo-me
Somem todos
Novo banho
Novas gotas
Novos versos
Enxugo-me
Somem todos
Não adianta
Os versos de um banho não são
Versos de poema
Surgem
Para serem esquecidos
Fundo do baú 15
POEMA ESCATOLÓGICO
Vá ao banheiro,
arrie as calças,
sente e faça força.
Mire o resultado
e veja:
eis o apelido
do mais inocente
aluno da terceira série:
cocô,
ou melhor, Cocô.
Pois virou nome próprio.
Para a loucura da mãe
(escolhera um nome tão bonito!)
a maldade não parou
por aí.
O menino cresceu
e virou moço.
Hoje, com vinte e dois,
Cocô já não existe.
O apelido cresceu junto:
todo mundo fala
Merdão...
- E ele atende!
Vá ao banheiro,
arrie as calças,
sente e faça força.
Mire o resultado
e veja:
eis o apelido
do mais inocente
aluno da terceira série:
cocô,
ou melhor, Cocô.
Pois virou nome próprio.
Para a loucura da mãe
(escolhera um nome tão bonito!)
a maldade não parou
por aí.
O menino cresceu
e virou moço.
Hoje, com vinte e dois,
Cocô já não existe.
O apelido cresceu junto:
todo mundo fala
Merdão...
- E ele atende!
terça-feira, janeiro 05, 2010
segunda-feira, janeiro 04, 2010
Fundo do baú 14
NA NOITE QUE CAI
A noite cai calma e fresca
na cidade de Londrina.
Olho, aqui debaixo, a menina
do quinto fechar a cortina.
Foi-se. Eu também estou indo.
Para casa, para o quarto, para
o sono e a fuga.
Não há vontade. Não há força nenhuma.
É o estado de letargia.
É o processo auto-destrutivo.
Mas sou feito de aço.
Haha... Tenho um "S" estampado no peito.
Imortal, invencível.
- Que pena!
Queria ser de palha, para
queimar mais fácil.
Ser de areia, para
sumir com a maré.
De leite, para
chorar sobre meu próprio cadáver.
A noite cai calma e fresca
na cidade de Londrina.
Olho, aqui debaixo, a menina
do quinto fechar a cortina.
Foi-se. Eu também estou indo.
Para casa, para o quarto, para
o sono e a fuga.
Não há vontade. Não há força nenhuma.
É o estado de letargia.
É o processo auto-destrutivo.
Mas sou feito de aço.
Haha... Tenho um "S" estampado no peito.
Imortal, invencível.
- Que pena!
Queria ser de palha, para
queimar mais fácil.
Ser de areia, para
sumir com a maré.
De leite, para
chorar sobre meu próprio cadáver.
Fundo do baú 13
A ONDA
A onda bateu na cara do menino,
Que tombou, rolou e parou sentado.
A mãe, que como mãe tudo via,
Da praia partiu em disparada
E desesperada apanhou o filho.
O menino, da onda na cara e
Da corrida desengonçada da mãe, ria.
E antes que ela dissesse uma só palavra,
Ainda meio tonto, soltou:
- Só você mesmo mãe pra não
Perceber que é tudo brincadeira...
E continuou a rir e abraçou sua mãe.
A onda bateu na cara do menino,
Que tombou, rolou e parou sentado.
A mãe, que como mãe tudo via,
Da praia partiu em disparada
E desesperada apanhou o filho.
O menino, da onda na cara e
Da corrida desengonçada da mãe, ria.
E antes que ela dissesse uma só palavra,
Ainda meio tonto, soltou:
- Só você mesmo mãe pra não
Perceber que é tudo brincadeira...
E continuou a rir e abraçou sua mãe.
Fundo do baú 12
CÁ EU ESTOU
Cá eu estou,
nove da noite,
no alto do edifício.
Venta, relampeja.
A moça do prédio em frente
deixa-me a suspirar e entra.
Vem agora seu marido,
gordo, sem camisa,
palitando os dentes.
Olho pra baixo,
passeia o porteiro.
Sinto vontade de cuspir,
saliva grossa, sabor sardinha,
estalando em sua cabeça.
Fecho a janela,
Vou-me deitar.
Sei que é cedo,
não tenho sono.
Acostumei-me, apenas,
a fazer e aceitar
o que não quero.
Cá eu estou,
nove da noite,
no alto do edifício.
Venta, relampeja.
A moça do prédio em frente
deixa-me a suspirar e entra.
Vem agora seu marido,
gordo, sem camisa,
palitando os dentes.
Olho pra baixo,
passeia o porteiro.
Sinto vontade de cuspir,
saliva grossa, sabor sardinha,
estalando em sua cabeça.
Fecho a janela,
Vou-me deitar.
Sei que é cedo,
não tenho sono.
Acostumei-me, apenas,
a fazer e aceitar
o que não quero.
sábado, janeiro 02, 2010
Encerramento
Um dia, Manuel Marival Menezes, famoso MMM, decidiu que era hora de partir. Então, fez as malas, colocou um bom sapato e pegou a estrada. Andou até um ponto de ônibus, fez sinal e embarcou no primeiro que passou. Sequer viu para onde ia.
Duas horas depois, desceu numa rodoviária esquisita. Sentou-se em um banco largo, tirou um sanduíche do bolso e mordeu com gosto. Mastigou repetidas vezes e deu um pequeno arroto. Ficou satisfeito.
Estava de relógio, mas não olhou as horas. Estava com calor, mas não tirou a blusa. Estava desempregado, mas tinha todas as economias do porquinho consigo. Assim, sem desejar mais nada da vida, deitou-se de barriga para cima e morreu exatos 32 segundos depois.
Duas horas depois, desceu numa rodoviária esquisita. Sentou-se em um banco largo, tirou um sanduíche do bolso e mordeu com gosto. Mastigou repetidas vezes e deu um pequeno arroto. Ficou satisfeito.
Estava de relógio, mas não olhou as horas. Estava com calor, mas não tirou a blusa. Estava desempregado, mas tinha todas as economias do porquinho consigo. Assim, sem desejar mais nada da vida, deitou-se de barriga para cima e morreu exatos 32 segundos depois.
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